Justiça de Paranaíba condena mulher a 22 anos por perseguição virtual
26/11/2025 - 11:10
Uma mulher de 36 anos foi condenada pela Justiça de Paranaíba (MS) a 22 anos, 9 meses e 16 dias de reclusão por uma série de crimes cometidos ao longo de dois anos contra pelo menos 15 vítimas. A investigação foi conduzida pela Delegacia de Atendimento à Mulher (DAM) do município. A decisão ainda não transitou em julgado.
O caso ganhou atenção após a Polícia Civil identificar um padrão de ameaças e ataques virtuais recorrentes. Uma das vítimas, ex-companheiro da condenada, havia se mudado de São José do Rio Preto (SP) para Paranaíba. Ao descobrir o novo endereço, a mulher passou a divulgar na internet acusações falsas, afirmando que o homem seria “estuprador de crianças” e que teria mandado de prisão em aberto. As ofensas também atingiram familiares, amigos e empregadores, gerando impactos emocionais e profissionais.
Segundo a DAM, a autora utilizava chips telefônicos cadastrados em nome de terceiros — inclusive das próprias vítimas — além de perfis falsos em redes sociais para tentar ocultar sua identidade. Após quebra de sigilo telemático autorizada pela Justiça, os investigadores conseguiram vincular diversas contas e linhas telefônicas à suspeita. A polícia também identificou que ela ingressou com ação judicial alegando abandono afetivo e apresentou imagens de conversas que, segundo as vítimas, teriam sido manipuladas.
Diante da continuidade dos ataques, a Polícia Civil pediu a prisão preventiva e busca domiciliar, cumpridas em 30 de setembro de 2024, em São José do Rio Preto. A mulher está presa desde então.
Ela foi condenada pelos crimes de denunciação caluniosa, ameaça, falsa identidade, perseguição (stalking), falsidade ideológica, invasão de dispositivo informático e injúria racial.